Com praticamente três décadas de serviços prestados ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o superintendente da regional Sudeste II, Carlos José do Carmo, falou à FOLHA DIRIGIDA sobre as expectativas em relação ao concurso para 300 vagas de analista do seguro social. “Na nossa superintendência, serão 45 analistas, e esses profissionais serão distribuídos pelas nossas gerências-executivas, com o objetivo de dar suporte e auxiliar os gerentes-executivos a garantir a manutenção e o funcionamento das nossas agências da Previdência Social”, confiou. Ele, que assumiu o cargo de superintendente regional há pouco mais de dois meses, explicou que realiza um estudo para determinar a distribuição das 45 vagas pelos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, que compõem a Superintendência Regional Sudeste II. O superintendente informou que a convocação dos aprovados será imediata e adiantou que há possibilidade de se convocar mais aprovados do que o número inicial de vagas.
“Ressalto que a autorização depende do Ministério do Planejamento. Não posso afirmar se irá acontecer a liberação dessas novas vagas. Mas, com certeza, haverá o pedido. É um direito que nós temos, e das últimas vezes, o Planejamento atendeu aos nossos pedidos de convocação de mais aprovados”, lembrou. Carlos José do Carmo também falou sobre as possibilidades de crescimento profissional oferecidas pelo INSS. “Por exemplo, o secretário-executivo (Carlos Eduardo Gabas), que chegou a ser ministro da Previdência Social, também é um técnico do seguro social. Hoje a carreira no INSS é bem profissional. Todos os gerentes-executivos são do quadro. São concursados. Todos os superintendentes também”, ilustrou. Ele afirmou que a sua gestão será voltada para a melhoria da qualidade do atendimento aos segurados e que os novos servidores devem nutrir esse ideal.
FOLHA DIRIGIDA – O que irá representar para a Superintendência Regional Sudeste II o ingresso dos novos servidores?
Carlos José do Carmo – O concurso de analista tem como objetivo suprir as nossas 22 gerências-executivas de profissionais que darão suporte para as agências. Temos vagas de analista, em Engenharia Civil, que irão trabalhar fiscalizando obras de construção e manutenção das agências, por exemplo. Eles serão lotados nas gerências-executivas. Temos também analista, na especialidade de Direito, para dar suporte ao acompanhamento de processos judiciais. Haverá vagas também para a especialidade de Tecnologia da Informação. Esses trabalharão com a manutenção de sistemas e de equipamentos de informática. Na nossa superintendência, serão 45 analistas, e esses profissionais serão distribuídos pelas nossas gerências-executivas, com o objetivo de dar suporte e auxiliar os gerentes-executivos a garantir a manutenção e o funcionamento das nossas agências da Previdência Social.
As 45 vagas serão suficientes para atender à demanda de trabalho?
Tem que se ter o equilíbrio entre o ideal e o possível, que é fruto de uma negociação. O INSS, desde 2003, vem suprindo gradativamente a necessidade de servidores. Inclusive, a gente espera que os concursos para a Previdência Social continuem sendo rotineiros. As 45 vagas não satisfazem a nossa necessidade. Até porque existe uma previsão de aposentadorias considerável para os próximos anos. Se formos analisar, praticamente, com algumas exceções, ficamos de 1982 a 2003 sem concurso público. Esse hiato, que, infelizmente, foi deixado, não se consegue preencher de uma vez. Embora não esteja atendendo à nossa necessidade, a gente sabe que vão continuar tendo novos concursos. O INSS irá sempre negociar com o Ministério do Planejamento a obtenção de novas vagas. Outros concursos virão.
A superintendência possui muitos servidores para se aposentar ou que ainda não se aposentaram apenas porque recebem o abono de permanência?
Temos alguns servidores que recebem o abono, mas o número maior é de pessoas que ainda irão completar o tempo de serviço. O cálculo de tempo de aposentadoria para o servidor público é da Emenda nº 47, que leva em consideração a soma da idade com o tempo de contribuição, sendo até um pouco mais complexo do que a do Regime–Geral da Previdência Social. Muitos servidores ainda irão completar ao longo dos próximos anos o tempo para se aposentar. O importante é que estejamos atentos para planejar a reposição desse pessoal, pois sabemos que o processo de realização de concurso público não é tão rápido, pois tem todo um trâmite. Por isso, é preciso planejamento.
Qual será a distribuição das 45 vagas pelos três estados que compõem a Superintendência Regional Sudeste II (Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo)?
Ainda não temos. As vagas estão vinculadas à superintendência. Quer dizer que os candidatos não podem escolher a lotação. Estamos ainda realizando um estudo para avaliar quais são as maiores demandas de cada um dos estados. Não temos uma definição. Mas o edital do concurso informa que os candidatos poderão trabalhar em qualquer uma das cidades vinculadas às gerências-executivas.
Os órgãos podem solicitar ao Ministério do Planejamento a convocação de 50% a mais de aprovados do que o número inicial de vagas, conforme estabelecido no Decreto nº 6.944/2009. Uma vez que o concurso teria, inicialmente, 500 vagas e a oferta foi reduzida para 300, o senhor acredita que o INSS vai pedir mais servidores?
Com certeza. Ressalto que a autorização depende do Ministério do Planejamento. Não posso afirmar se irá acontecer a liberação dessas novas vagas. Mas, com certeza, haverá o pedido. É um direito que nós temos, e das últimas vezes, o Planejamento atendeu aos nossos pedidos de convocação de mais aprovados.
A convocação dos aprovados será imediata?
A nossa intenção é essa, de convocar os classificados o mais rápido possível. Como a quantidade de vagas já está aprovada, não existe uma restrição em termos orçamentários. Homologado o concurso e vencidos os trâmites burocráticos, iremos convocar de imediato os aprovados.
Em relação aos cargos de técnico do seguro social e perito médico, há carência de servidores?
Temos problemas pontuais. Não podemos dizer que há muita carência, mas já precisamos ir propondo concursos, para podermos suprir as vacâncias. Precisamos de peritos, pois a demanda de perícias médicas é crescente, e também de técnicos do seguro social. Mas, lembro: tudo deve ser casado com o equilíbrio da necessidade do INSS com a disponibilidade orçamentária, pois quando o governo aprova um concurso, ele tem que calcular quanto cada servidor irá custar no orçamento, para saber se terá condições de pagá-lo. E hoje a política do governo é de redução das despesas administrativas, para se combater à inflação. Então, por maior que seja a necessidade, não pode ter uma decisão impensada.
O INSS deverá solicitar ao Planejamento um novo concurso de técnico e perito médico logo assim que a validade da seleção em vigor terminar?
Sim. É possível.
O senhor ingressou no INSS em 1984. Fale um pouco das possibilidades de ascensão profissional.
Comecei trabalhando em agência; fui gerente-executivo; coordenador de benefício e hoje estou como superintendente. Há outros diretores em Brasília assim. Por exemplo, o secretário-executivo (Carlos Eduardo Gabas), que chegou a ser ministro da Previdência Social, também é um técnico do seguro social. Hoje a carreira no INSS é bem profissional. Todos os gerentes-executivos são do quadro. São concursados. Todos os superintendentes também.
O senhor assumiu a Superintendência Regional Sudeste II há cerca de dois meses. Quais são os planos para a sua gestão?
Trabalho no INSS há quase 30 anos. Sempre atuei, desenvolvi toda a minha carreira na área de atendimento, tanto em Brasília quanto aqui (Minas Gerais). Então, todas as ações que nós estamos desenvolvendo terão como objetivo a melhoria da qualidade do atendimento. É preciso dizer que o INSS evoluiu muito nos últimos anos, com a redução da fila, com o agendamento das aposentadorias e pensões. Hoje, estamos focados em diminuir a necessidade dos segurados comparecerem às agências para resolver alguns problemas que poderiam ser resolvidos de casa. Esses são os serviços não agendáveis, como, por exemplo, acompanhamento de processos, retirada de extrato de crédito, saber qual o tempo de contribuição. Estamos trabalhando bastante nessa questão, tendo, inclusive, realizado alguns projetos piloto no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. Fazendo isso, queremos dar aos nossos servidores a possibilidade de atenderem com maior qualidade os segurados que realmente necessitam ir à agência, para requerer uma aposentadoria, um recurso, um benefício, uma revisão. A minha gestão está voltada para a melhoria do atendimento.
Qual é a estrutura da Superintendência Regional Sudeste II?
Abrangemos três estados: Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Ao todo, nesses locais, temos 22 gerências-executivas. No Rio de Janeiro, são sete. Duque de Caxias, Campo dos Goytacazes e Rio de Janeiro Norte, entre outras. Em Minas, são 14. Em Juiz de Fora, tem uma, e em Governador Valadares, outra, além das demais. Em Vitória, tem apenas uma, que é responsável por todo o Estado do Espírito Santo. Distribuídas por esses três estados, nós temos 289 agências. São 18 milhões de benefícios mantidos.
Qual mensagem o senhor deixa para os candidatos que farão o concurso?
O INSS é um lugar onde se é possível alinhar uma condição favorável de carreira profissional, considerando o mercado de trabalho e em comparação até mesmo a outros órgãos do serviço público, com a possibilidade de uma realização pessoal, de contribuir com outras pessoas, com a sociedade e com o país. O nível dos últimos concursados é excelente. Quem almeja um cargo no INSS tem que se preparar. As pessoas que ingressarem no INSS devem ter essa perspectiva. Há um espaço enorme para as pessoas que gostam de lidar com pessoas.
Fonte: Folha Dirigida
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