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Semana passada, candidatos em um concurso público para a função de ajudante geral na Prefeitura de Tambaú, em São Paulo, passaram por uma prova, no mínimo, polêmica. Eles tinham de carregar no menor tempo possível um saco de cimento com 50 quilos em um percurso de 60 metros.
O teste contou com mais de 100 candidatos, inclusive dezenas de mulheres. O que especialistas acharam? "Errado. Não houve qualquer comprovação científica sobre a eficácia daquele método. Chega a ser tosco", comenta o professor Elon Júnior, pós-graduado em Administração e Marketing Esportivo pela Universidade Gama Filho, Subtenente do Corpo de Bombeiros e Fiscal de Provas de Aptidão Física. Ele também é autor do livro "Preparação Física para Concursos", da editora Elsevier.
Segundo o especialista, um exame físico não pode ser criado de forma aleatória. "É como mandar os candidatos carregarem botijões de gás. Não pode, é preciso haver um estudo científico que mostre que as exigências da prova realmente serão necessárias no trabalho dos aprovados".
Está enganado, porém, quem pensa que por causa disso não deve se preocupar com as provas físicas. "A tendência é que o exame passe a ser cobrado nas mais diversas áreas", prevê. "Antes, ele só era exigido em treinamentos militares e na área de segurança pública, mas agora o leque está sendo ampliado". Elon aponta que esse exame já é aplicado em provas dos Correios, da Petrobras, da Comlurb e até do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro, tanto para homens quanto para mulheres.
O professor explica o motivo da cobrança. "Além de preparar para as atividades do trabalho, isso evita problemas relacionados à dispensa", como em casos em que o funcionário apresenta atestados médicos para justificar faltas.
Dicas do especialista
Antes de se desesperar, os candidatos devem saber que todos são capazes de passar nessas provas, independente de idade, porte físico ou sexo. É o que garante o especialista: "Para isso, porém, é preciso treinar com especificidade e antecedência". Ele aponta que o ideal é começar a praticar de 3 a 6 meses antes da prova.
Isso é importante para aqueles que só começam a se exercitar após a divulgação do resultado da fase escrita, o que o professor diz que é errado. "Em geral, há entre 30 a 40 dias de intervalo entre as etapas, o que não é suficiente para se preparar e pode até provocar lesões."
Outra dica importante é a forma do treinamento. "É preciso ir a locais semelhantes aos da prova, como pistas de atletismo, no calor. Nos meus treinamentos, eu tiro os alunos da academia", conta. Por isso, é fundamental procurar sempre acompanhamento de um especialista, além de fazer uma avaliação médica.
Por fim, Elon aponta a importância de não ter apenas o corpo preparado, mas também a mente. Segundo ele, o fator psicológico é essencial: "O candidato não pode entrar em desespero, pois é sempre possível continuar se preparando para o próximo exame. A chave é se preparar com antecedência".
Fonte:.Sidneyrezende
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