terça-feira, 20 de agosto de 2013

Profissão: concurseiro


Olá galera! Li essa matéria no Correio da Bahia e achei interessantíssima para quem pretende ingressar nessa profissão.

Como em um emprego comum, ser concurseiro precisa ter horário e método

Fazer uma reserva de dinheiro antes de largar o emprego é o conselho do especialista Ítalo Romero, professor do Juspodivm/ LFG, para quem não pode se dar ao luxo de ser sustentado pelos pais neste período.


Priscila Chammas


Eles acordam cedo, têm horário cronometrado para o almoço, metas a cumprir e, por vezes,  até prolongam o expediente. Alguns dão duro de domingo a domingo nos três turnos, perdem casamento de amigo, aniversário de sobrinho, batizado, despedida de solteiro e as melhores festas do ano. Outros ficam trancafiados numa sala dia e noite, sem ver a luz do sol. Pode ser pior? Pode. No fim do mês, nada de salário. A conta bancária só faz diminuir. 

Ser concurseiro poderia ser considerada a pior profissão do mundo, mas a perspectiva de uma vida tranquila e estável faz com que muita gente opte por seguir este caminho. Pessoas como Filipe Klein, 27 anos, que largou a rentável e promissora carreira de engenheiro civil em construtoras privadas para se dedicar inteiramente aos estudos. 

“Nunca fui apaixonado pela minha profissão. E a vida de quem trabalha em campo, de domingo a domingo, é muito sacrificante. Prezo muito pela qualidade de vida e prefiro ocupar cargos administrativos”, justifica ele, que desde março deste ano só vê suas economias minguarem enquanto persegue seu objetivo de se tornar auditor fiscal. 

“Tenho algum dinheiro guardado, dá para me manter por mais uns seis meses, mas depois disso... já conversei com meus pais. Vou precisar recorrer a eles”, conforma-se.   

Pé-de-meia
Fazer uma reserva de dinheiro antes de largar o emprego é o conselho do especialista Ítalo Romero, professor do Juspodivm/ LFG, para quem não pode se dar ao luxo de ser sustentado pelos pais neste período. “A pessoa tem que ter em mente que vai passar um tempo estudando e vai ter que bancar isso”, diz ele, referindo-se não só às despesas pessoais, como aos custos de  bons livros e cursos preparatórios. 

E esse tempo em que o trabalho parece ingrato não costuma ser pequeno. “Você só começa a disputar um concurso depois de sete, oito meses”, diz Romero, com o know-how de ex-concurseiro que deu certo. “Eu ia ser padrinho de um casamento, que caiu na véspera da prova do Tribunal de Contas. Não fui ao  casamento, e faria de novo. Perdi o amigo, mas passei no concurso”, lembra ele, que hoje é  auditor da Receita Federal, concurso que passou um tempo depois. 

Quem também é craque em concursos é o apresentador do CBN Empregos e Concursos e autor de livros sobre o assunto, Waldir Santos. No primeiro processo seletivo em que foi aprovado (em primeiro lugar), o do TRT, não pôde tomar posse por ainda estar no meio da faculdade. Entrou na Justiça para requerer esse direito, mas no meio tempo em que o processo tramitava, passou em um  concurso melhor e desistiu da ação. Hoje é da Advocacia- Geral da União e dá palestras e minicursos para quem está se aventurando na ‘profissão’ de concurseiro. 




“Ensino oito métodos de estudo. Um deles é o resumo progressivo, onde o aluno pega um texto de 100, 200 folhas e copia manualmente tudo o que ainda não aprendeu. Depois faz uma leitura desse novo texto e copia novamente o que ainda não sabe, resumindo ainda mais”, explica. O método é o oposto dos resumos convencionais, nos quais o aluno escreve o que já aprendeu do texto. “Isso não tem utilidade, porque você anota exatamente o que já sabe. É mais útil escrever o que não sabe ainda, para que nenhuma informação escape de você”, defende. 

Outro método ensinado por Santos é o redimensionamento do tempo para priorizar as matérias e assuntos mais produtivos. Para quem vai fazer um curso, ele aconselha que tenha aulas pela manhã, para que possa aproveitar a tarde para estudar o assunto dado e a noite para resolver algumas questões de provas relacionadas ao tema. “Ir dormir sem estudar o assunto dado é como desligar um computador sem salvar os arquivos. O cérebro não armazena as informações temporárias de um dia para o outro”, explica. Ele também recomenda uma hora de atividade física, três vezes por semana, para aumentar a disposição e diminuir o sono. 

O curso de Santos dura nove horas e acontecerá nos dias 14 e 15 de setembro (sábado e domingo), ao custo de R$ 100. Inscrições podem ser feitas pelo e-mail minicursowaldirsantos@gmail.com. Doadores de sangue, pessoas com deficiência, filhos de policiais militares e beneficiários do Bolsa Família têm isenção da taxa. Para quem ainda tem dúvidas sobre a utilidade de um curso desse, Waldir irá ministrar uma palestra gratuita no auditório do Incra, no CAB, nesta quinta-feira, às 14h. Inscrições pelo mesmo e-mail. 


Fonte: Correio da Bahia

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